Dica de Livro: Eleanor & Park
quinta-feira, maio 22, 2014
Ás vezes eu exagero, isso é comum, mas quando digo que Eleanor & Park, de Rainbow Rowell é o melhor romance que já li na vida (e olha que já foram muitos) não estou exagerando!
Agosto de 1986
"Ele parou de tentar trazê-la de volta.
Ela só voltava quando bem entendia, em sonhos e mentiras e déjà-vus partidos.
[...]
Eleanor...
Em pé, às suas costas, até que ele virasse para trás. Deitada ao seu lado segundos antes de ele acordar. Fazendo que todo o resto do mundo parecesse mais sombrio, mais superficial, e nunca bom o bastante.
Eleanor acabando com tudo.
Eleanor, indo embora.
Ele parou de tentar trazê-la de volta."
Eleanor é ruiva, sardenta, define a si mesma como gordinha e corpulenta, ela tem os cabelos cacheados, compridos e bem rebeldes, se veste como um menino, com roupas um tanto incomuns, “super excêntrica”. Ela tem uma família complicada, o pai não liga muito para ela e sua mãe atualmente vive com o padrasto e seus quatro irmãos mais novos. No passado foi expulsa de casa pelo padrasto Richie - que tem problemas com o excesso de álcool e é muito agressivo - e depois de 1 ano morando com amigos da mãe ela retorna para casa, se fechando todas as noites no quarto minúsculo que ela divide com os outros quatro irmãos - pois a família não tem condições financeiras muito boas - com medo de causar problemas para ela mesma e para sua mãe que é agredida verbalmente e fisicamente em várias passagens do livro pelo marido Richie.
Park é mestiço, mãe coreana e pai americano. Magrelo e introvertido, luta taekwondo, e tem lindos olhos verdes. Sua família é de classe média-alta. Park tem apenas um irmão mais novo e possui alguns problemas com seu pai, Jamie, que não deixa Park tirar a carteira de motorista, pois ele só precisa saber dirigir carros automáticos para passar na prova, sem antes aprender a dirigir a velha caminhonete de cambio manual que é o tesouro do pai. Isso gera algumas discussões entre ambos. Sua mãe é uma cabeleireira/maquiadora e adora coisas meigas.
De volta para casa, Eleanor precisa enfrentar o seu primeiro dia de aula (já haviam se passado algumas semanas desde o início do ano letivo) e a primeira viajem no ônibus escolar. Tudo isso parece fácil, mas acaba ficando mais complicado a medida que Eleanor entra no ônibus e simplesmente ninguém quer ceder um lugar a ela (todos tem seus lugares "marcados" desde de o primeiro dia de aula, e ninguém que tem um banco só para si gostaria de dividi-lo com a novata ruiva estranha com gravatas amarradas nos pulsos). E como em quase todo bom ônibus escolar, existe uma galera que sempre encontra um motivo para rir de alguém. Acontece que essa galera resolveu rir de Eleanor. Diante desta situação, Park acaba sedendo o lugar disponível ao seu lado (por mais que ele odiasse o fato de dividir seu banco com uma estranha).
"Eleanor não sabia ao certo se o mestiço que a deixara sentar finalmente era outro inimigo, ou se resolvera dar uma de idiota mesmo. (Mais não idiota-idiota... Ele cursava, assim como ela, duas das matérias mais difíceis que ela fazia.)"
Nenhuma palavra é dita entre Eleanor e Park, e assim, para continuar evitando isso, Park lê revistas gibis (histórias em quadrinhos) no percurso casa/escola - escola/casa. Eleanor também não fazia questão de falar nada, quanto mais despercebida fosse, melhor seria. Até o dia em que ela começou a acompanhar Park na leitura dos gibis, bem discretamente, olhando de canto, Eleanor acompanhava a história e a cada dia, ansiava mais por esse momento. Park notou isso, mas continuou sem dizer uma palavra, porém se demorava mais para virar as páginas para ter certeza que Eleanor tinha lido tudo.
Surge aos poucos, uma cumplicidade entre ambos. Surge um anseio pelo momento da leitura no ônibus, e Park resolve emprestar seu gibis para Eleanor.
No incio eram só gibis, e depois Park gravou uma fita com bandas como The Smiths (apaixonei por esse livro), Echo and the Bunnymen (omg, incrível) e Joy Division (esse livro abalou meus sentimentos).
" - Escutou? - Ela fez que sim com a cabeça [...] - Gostou? - ele perguntou.
- Minha nossa. Foi... assim, tão... - ela esticou os dedos - tão incrível. [...] Foi incrível. Não queria parar de escutar. Aquela música, Love Will Tear Us Apart. Aquela é a melhor introdução do mundo. Eu só queria ouvir aqueles três segundos sem parar. Só queria partir essa música em pedaços e amar todos eles até a morte.
[...]
Naquela noite, Park fez uma fita só com a canção do Joy Division, repetida ao infinito."
E virou rotina, Eleanor e Park, sentados juntos no ônibus falando sobre músicas, gibis e super heróis. Eleanor continuava tentando esconder sua vida, mas ao mesmo tempo queria Park cada vez mais nela. Park encontrou em Eleanor algo diferente.
" Ou talvez, pensou ele mais tarde, ele não reconhecesse todas as outras garotas. Do mesmo jeito que um computador cospe fora um disquete se não lhe reconhecer o formato.
Quando tocou Eleanor, ele a reconheceu. Ele soube."
Eleanor começou a frequentar a casa de Park escondida de sua mãe e seu padrasto. Tentava agradar a mãe de Park sendo simpática, mas como uma garota completamente desleixada seria bem vista por uma dona de salão de beleza? Eleanor não era uma pessoa meiga, e ela não usava maquiagem e também não tinha shampoo para lavar o cabelo em casa. Sua auto-estima era baixa, e piorava a cada dia, quando encontrava escrito em seus livros, palavras insultando-a por ser ruiva, e "diferente" das outras meninas da escola.
Como Eleanor e Park não faziam todas as suas aulas juntos, Eleanor acabou conhecendo duas meninas, DeNice e Beebi, que viraram suas melhores amigas. Era a forma de não ficar sozinha e se proteger de algumas pessoas da escola das quais ela suspeitava que estavam escrevendo os insultos em seus livros, e fazendo outras "pegadinhas" com ela.
Sua relação com Park ficava cada vez mais profunda e importante, Eleanor frequentava a casa dele quase todos os dias da semana, e inclusive ficou mais próxima da mãe de Park, que a presenteava com maquiagens e outros produtos para o rosto. Eleanor guardava todos esses presentes, juntamente com as fitas e gibis de Park dentro de uma caixa que ficava escondida em seu minusculo quarto. Ninguém jamais poderia saber sobre aquilo. Se o seu padrasto descobrisse, isso seria suficiente para expulsá-la novamente de casa. Ou pior.
Já Park sempre queria protege-la de tudo e todos, e Eleanor precisava de alguém para abafar em sua mente os gritos de seu padrasto agredindo sua mãe e o choro assustado de seus irmãos menores. Eleanor precisava de alguém para ela se importar e não ligar mais para as pessoas que roubaram as roupas durante a aula de educação física e jogaram dentro da privada. Do mesmo modo, Park precisava dela pois se ele usasse delineador, Eleanor continuaria amando-o e o achando engraçado.
Eleanor
" Ele era dela. Não para sempre, talvez - não para sempre, com certeza -, e não de modo figurado. Mas literalmente. E naquele instante. Naquele instante, ele era dela."Park
" Quando sentiu os dedos dela na barriga, ele emitiu o barulhinho de novo. Abraçou-a e foi para a frente, empurrando Eleanor para trás, cambaleando em torno da mesa de centro, até o sofá. "
Park fez a carteira de motorista escondido do pai, com o apoio de sua mãe. Eleanor ganhou de Park um lindo colar. Tudo estava indo relativamente bem na medida do possível. Agora eles podiam passar mais tempos sozinhos, apesar de Eleanor mentir para sua mãe que estava na casa de uma amiga. Park levava Eleanor para sair com o carro automático.
Em um anoitecer comum Park deixou Eleanor em casa e quando ela entrou sorrateiramente, sua respiração foi abafada pelos gritos de Richie e o choro de sua mãe, ela se esgueirou entre os poucos móveis e foi rapidamente para o quarto que dividia com os irmãos e ao entrar, a medida que seus olhos foram se acostumando com a escuridão, Eleanor viu os gibis de Park amassado, sombra verde e base corretiva espalhada pela cama, as fitas despedaçadas. Todos os seus objetos destruídos, e na tampa da caixa escrito com uma de suas canetinhas pretas, uma mensagem:
minha casa você acha que pode
biscatear pelo bairro bem embaixo do
meu nariz e eu não vou descobrir é isso que acha?
eu sei o que você é e acabou"
Eleanor correu. Foi o mais depressa possível.
Ela precisava ir embora. Eleanor correu para a única pessoa que poderia salvá-la.
Eleanor correu para Park.
"Se você mesma não pode salvar sua própria vida, vale a pena alguém salvar?
[...]
Ela olhou para Park. Dentro dos olhos verdes dele.
Você salvou a minha vida, ela tentou dizer. Não para sempre, não definitivamente.
Provavelmente, só por certo tempo. Mas salvou minha vida, e agora eu sou sua. O que sou agora é seu. Para sempre."
( pro livro e pro Jonh, né, porque ele merece, gente eu amo esse homem!)
[...]
Ela olhou para Park. Dentro dos olhos verdes dele.
Você salvou a minha vida, ela tentou dizer. Não para sempre, não definitivamente.
Provavelmente, só por certo tempo. Mas salvou minha vida, e agora eu sou sua. O que sou agora é seu. Para sempre."
Livro lindo, capa maravilhosa, leitura suave e atraente para o leitor. Estou apaixonada por esta história e o modo como ela fala sobre as emoções e conflitos de dois adolescentes. Na verdade não consigo encontrar mais formas de dizer que eu amo esse livro, porque as minhas palavras são interrompidas todas ás vezes que leio o último capítulo.
Tenho certeza de que quem ler Eleanor & Park, vai amar e ficar implorando - ou no meu caso, chorando - por mais no final.
Até o meu querido John Green amou:
"Eleanor & Park me lembrou não apenas como é ser jovem e apaixonado por uma garota, mas também como é ser jovem e apaixonado por um livro" - John Green
Nota para o livro: 5 cupcakes
( pro livro e pro Jonh, né, porque ele merece, gente eu amo esse homem!)
Outra coisa que me deixou super feliz é saber que, segundo o site da Entertainment Weekly, o livro Eleanor & Park, teve seus direitos comprados pelo DreamWorks Studios e as filmagens devem começar em 2015!
Então, gostaram da resenha? Já tinham ouvido falar sobre esse livro? Ficaram curiosos para o final?
14 comentários
Todo mundo está falando super bem desse livro! Quero muito ler, e a sua resenha ficou ótima :)
ResponderExcluirBeijo
http://www.gemeasescritoras.com/
Sim! Difícil alguém nunca ter ouvido falar ou até não ter visto uma foto desse livro! É um amor!
ExcluirTenho muita vontade de ler este livro, fiquei ainda mais curiosa agora!
ResponderExcluirParabéns.
ps: amei as fotos <3
mylittlemetaphor.blogspot.com
Obrigada! Acho que você deveria ler logo! ahahaha
ExcluirOii
ResponderExcluirJá li algumas resenhas desse livro, mas confesso que nenhuma tinha mexido tanto comigo. Fiquei doida pra saber o que acontece depois que o padrasto dela descobriu tudo. Já estou sofrendo por antecipação. hahah
Com certeza entrou na minha listinha de desejados.
Beijos,
http://pitadadecultura.blogspot.com.br/
Que bom que você gostou! Sério, o final é incrível também! Beijos
ExcluirPre-ci-so ler, apenas! A capa é linda e a história parece ser daquelas que te amarra no livro até a última página e eu amo histórias assim! Adorei a resenha ;)
ResponderExcluirBeeijo
www.strawberries.com.br
Obrigada Helo! E sim, é isso tudo que você disse e um pouco mais! ahahahah beijos
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi! Preciso ler esse livro urgente hahaha Beijos :3
ResponderExcluirhttp://dayamancio.blogspot.com.br/
Siiiiiim! Leia! Beijos
ExcluirAnsiosa pela leitura! ♥ Preciso ler esse livro!
ResponderExcluirhttp://www.tudoquemotiva.com
Você vai amar Rosana!
ExcluirAmo esse livro! Um misto de emoções tão grande. Tenho nem palavras pra falar dele.
ResponderExcluirhttp://aposasreticencias.blogspot.com.br/